O Problema não é o excesso de Conhecimento, mas, a qualidade desse conhecimento...
"O Educador sem vocação não difere de um cego em terreno desconhecido, sem bengala, sem guia, sem direção..."
Examinando a Questão...
Para a maioria dos pais qualquer que seja o termo aplicado às atividades extra aulas, a conotação atribuída a ele é a de preocupação ou até mesmo de conflito. Como lidar com as objeções que aparecem nesse cenário e não transformar essa atribuição em um fardo ou show de horror?
A atmosfera de mal-estar que envolve o tema tem início em sua própria abordagem que carrega um conceito tradicional de oposição ao prazer e ao brincar. Quando falamos em dever de casa já estamos propagando a ideia de “peso”, de algo desinteressante e árduo. Lição de casa tem ar de castigo, punição. Talvez um bom princípio para renovação dessa imagem seja substituir os clássicos nomes por atividades escolares, por exemplo, para concepção de uma rotina mais atrativa e sem “cara” de tarefa imposta. Pequenos recursos como esse podem auxiliar na construção de uma relação sadia com o processo de aprendizagem. Uma motivação adequada desperta a participação espontânea e ativa das crianças no cotidiano escolar e pode evitar casos mais críticos onde a resistência tende a surgir em forma de desânimo ou rebeldia.
Transformar as práticas escolares em experiências gratificantes é um grande desafio. Convivemos com um modelo de ensino que tende a valorizar um desempenho acadêmico considerado ideal e o que os pequenos precisam é de espaço para protagonizar a história e não apenas reproduzi-la. Nessa dinâmica onde os valores principais são incentivar a responsabilidade e autonomia, favorecendo o hábito de estudar, é possível criar soluções para um desenvolvimento completo e mais construtivo em vez de promover um mero treinamento cognitivo.
O ponto fundamental nesse contexto é identificar se a criança estabelece uma relação de prazer com os estudos e trabalhar no sentido de restaurar esse vínculo caso ele não seja positivo. Os pais devem mostrar interesse pelo compromisso de seu filho com as tarefas e pelas dificuldades que encontra para realizá-las. A expressão de apoio poderá confortá-los e a valorização do esforço ensinará que a persistência deve ser cultivada para se alcançar os resultados.
Sem dúvidas, essa proposta de adequação ou transformação de conceito, envolve algumas mudanças de comportamento, certo grau de paciência e disponibilidade. É preciso conciliar as demandas com agendas já cheias de compromissos e estar preparado para lidar com conteúdos diversos. Nesse ponto uma parceria com a escola é importante para compreensão e alinhamento do que é proposto como tarefa de casa x possibilidades da família para atuação.
Outro ponto a ser sublinhado é que os pais devem propiciar condições para a realização das atividades, mas não devem executá-las. É importante que sejam participativos e tenham uma atitude positiva em relação às práticas escolares, pois certamente as crianças terão esse mesmo comportamento.
Algumas dicas para auxílio no dia a dia...
A partir dessas sugestões é possível criar meios para que os momentos de estudo sejam produtivos e prazerosos, lembrando que o objetivo é apoiar a criança e não impedir sua independência nos estudos. O importante é que os pais participem e mostrem que valorizam a educação. Acrescento a esse “pacote” uma atenção especial ao fato de que a aprendizagem se dá de forma particular em cada indivíduo e por isso é importante perceber e respeitar o estilo de cada um.
Encerro por aqui com uma frase de Jean Piaget para reflexão:
“Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo”.
“O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola”.
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Editoria de Educação do Site de Dicas.
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Sandra Regina Lorandi - sandra.lorandi@microservice.com.br
É formada em Letras com especialização em Psicopedagogia.