LIÇÃO 7 - Aprendendo a Diferenciar o Inútil e o Útil
"Dentro da pedagogia tradicional deveria ser uma disciplina formal o ato de respeitar a si mesmo e aos outros..."
A Estratégia do Desperdício – Por que Consumimos além do Necessário?
Assim como temos uma indústria de bens de consumo cujo objetivo é condicionar novos e antigos consumidores a comprarem seus produtos, temos também um segmento dessa mesma indústria que se encarregará de torná-los obsoletos por decreto, vendendo para nós a ideia de que precisamos reciclar nossas necessidades, mesmo que isso não seja verdade.
É a indústria dos ideais instituindo às coisas abstratas um status de bens de consumo, como já o fazem com as coisas materiais. Portanto, venderão ideias, crenças, comportamentos bizarros, e tudo isso habilmente disfarçado de necessidade.
E se temos um aparelho celular que se presta apenas a fazer e receber ligações telefônicas, logo seremos vistos como ultrapassados, conservadores, contrários ao progresso. Por isso mesmo criaram o conceito do status pessoal a partir das posses materiais, especialmente dos Gadgets Eletrônicos[1].
Assim, possuir um aparelho de última geração, dotado de recursos dos quais nunca iremos precisar, por convenção, tende a refletir o tamanho da importância e um papel social de destaque do seu feliz dono dentro daquela mesologia.
Outra coisa que merece nossa atenção é a Estratégia da Criação de Falsos Problemas. Funciona assim: Primeiro eles criam um falso problema e depois se apresentam como portadores da solução. Mas, não se trata de um problema qualquer, e sim de uma abordagem cujo objetivo é nos fazer crer que se trata de uma necessidade básica, algo do qual não podemos abrir mão.
Por fim, irão nos convencer de que temos o imperioso poder de decisão, de que temos um livre arbítrio e um discernimento que nos capacita a tomarmos a decisão certa, desde que isso seja, evidentemente, a opção pelo consumo, ou então a identificação pessoal com aquela causa.
Aprendendo a Conviver com a Estratégia do Desperdício
Num mundo de consumo irrefletido, onde primeiro compramos e só depois discutimos a utilidade, onde o excesso de informações acaba por criar um indivíduo mais confuso que esclarecido, mais ansioso, mais apressado, insatisfeito por excelência, sempre na expectativa de que soluções mágicas vindas das prateleiras das lojas resolvam seu problema existencial, num cenário dessa natureza, de nossa parte, algo precisa ser feito.
Eles pensam por nós, e como animais amestrados apenas seguimos seus passos, e o mais importante, somos convencidos de que temos vontade própria, liberdade e clareza para decidir. Enquanto isso, direcionam sem pedir permissão, nossos destinos, nossos objetivos e proposta existencial.
Um educador ou pai que pretenda orientar de uma forma sensata seu aluno ou filho, deverá abrir mão das suas preferências pessoais, e deixá-los livres para escolher as suas próprias a partir do seu temperamento, conforme sejam suas predisposições naturais. Mas, isso poderá não ser uma tarefa fácil. Afinal, todos nós temos opiniões e gostos pessoais, que na maioria das vezes, acabamos por incutir, de forma indireta ou direta, como sugestões subliminares, aos nossos educandos.
Não somos obrigados a consumir nada além daquilo que seja essencial ao nosso viver, e essa lista de necessidades, se refletirmos bem, é bem curta. Entretanto, num mundo onde o consumo se tornou a razão ou o objetivo de vida de muitos, novas e inúteis necessidades são criadas numa velocidade apenas menor que nossa ânsia por correr às lojas para comprar o modelo mais novo, do que quer que seja.
Uma Sugestão de Atividade para sala de Aula:
O educador poderá criar um questionário onde cada aluno se encarregará de enumerar tudo aquilo que acham necessário ao seu viver, sejam bens imateriais ou materiais. Ao final da compilação poderão discutir em sala de aula sobre o assunto, sem contar que o educador acabará por conhecer um pouco mais sobre seus educandos. E o mais importante: Terá a oportunidade de apresentar para eles alternativas, ou pelo menos sugerir que pode existir um modo alternativo ou mais inteligente de se viver.
Claro que esse assunto, por ser amplo e dinâmico, poderá render várias aulas, o que apenas dará mais tempo para que todos pensem e repensem sobre essa cativante temática.
Notas:
[1]
Gadget (possivelmente do francês gachette, peças mecânicas variadas), é um equipamento que tem um propósito e uma função específica, prática e útil no cotidiano. São comumente chamados de gadgets dispositivos eletrônicos portáteis como PDAs, celulares, smartphones, leitores de MP3, entre outros.
Conhecidos também como gizmos, possuem um forte apelo de inovação em tecnologia, sendo considerados como tendo um design mais avançado ou que foram construídos de um modo mais eficiente, inteligente e incomum.
Fim da sétima Lição
Boas Ideias para Aprender se Divertindo
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