Autores: Ester Cartago - Jon Talber[1]
Conteúdo Atualizado: 29 de Novembro de 2023
Observação Importante: Quando usamos a Expressão "O Pai ou os Pais, Educador ou Educadores", estamos nos referindo aos dois Gêneros, e não apenas ao Gênero Masculino.
Um hábito saudável o deve ser pelo prazer de ser vivenciado, mas sem dependência ou efeitos negativos, a curto, médio ou longo prazo. A audição de uma boa música ou a leitura de um bom livro podem se tornar hábitos agradáveis, desde que não se transformem em obsessões ou paranóias.
Se há dependência acaba por se tornar um vício ou alienação. Por exemplo, quando nos tornamos dependentes de elogios e méritos, provavelmente estamos diante de um quadro psicológico com prováveis repercussões negativas para o futuro.
O dependente de elogios o será também de atenção, de aprovação incondicional para tudo que faça ou venha a fazer. Terá um Ego maior que ele próprio, e vai desejar ser o preferido, o centro das atenções, o mais importante ou a vitrine com maior número de holofotes e espectadores. Será um crítico sem causa sempre disposto a menosprezar pontos de vista divergentes dos seus, assim como realizações que não tenham seu toque, opinião ou realce.
Diante dele, todos os demais terão importância apenas secundária, e nunca passarão de meros coadjuvantes, úteis apenas para suprir seus anseios ou servir de capachos para lhes estender o tapete por onde caminham. Os corruptos subjugadores, velhacos, políticos, delinquentes, déspotas e ditadores possuem este perfil.
Quando condenamos ou repreendemos uma criança de maneira acintosa por um erro cometido, seja diante dos seus colegas ou irmãos, estamos criando um futuro adulto que será incapaz de dar um passo sem a prévia aprovação de alguém. É quase certo que se tornará um inseguro patológico. Inseguro, significa dizer, alguém insociável, com a autoestima baixa, com dificuldade para manter relacionamentos duradouros ou equilibrados; um sujeito fraco, sem iniciativa e com predisposição à melancolia e à violência.
Deixando de lado as exceções, que são aqueles erros intencionais, os demais, aqueles cometidos por imaturidade ou involuntariamente, merecem empatia e consideração. Trata-se de uma oportunidade única de ensinarmos de maneira lúdica, prática e objetiva, e sempre estudando as causas, como não se deve proceder. E neste caso o erro torna-se um eficiente, inestimável e oportuno instrumento pedagógico para o pai ou educador, e de singular valor cognitivo para aquele jovem.
Lembre-se, a qualidade do tratamento que será dado a este erro poderá se tornar uma semente má ou boa na mente daquele jovem. E tem mais, sua capacidade de considerar, respeitar, compreender e empatizar com as falhas alheias, tudo isso vai depender do modo como inicialmente iremos abordar esta questão.
Um adulto inseguro e sem motivação, ou outro motivado e sempre disposto a recomeçar, eis o resultado que virá a partir da qualidade de nossa resposta ou interação com o problema, e isso inclui a forma da didática educativa que vamos usar para ilustrar esta abordagem.
Sendo o adulto ansioso e intolerante, elas também irão adotar este tipo de conduta, o que acabará por criar um condicionamento negativo. E depois como adultos, simplesmente irão replicar tudo que aprenderam para os filhos, e o ciclo recomeçará, repetindo-se de maneira autônoma e inflexível, até o fim dos tempos.
Quando crianças e jovens são tratados com paciência e compreensão, também teremos indivíduos compreensíveis, tolerantes e dispostos a nos ouvir; a nos procurar nos momentos de suas aflições e crises, sejam elas demandas complexas ou simples, comuns ou íntimas.
E lembre-se sempre de que, ser criança não é um estado alegórico, possível de ser simulado por meio de pantomimas, mímicas e momices como muitos adultos acreditam. Criança é um estado de ser dotado de uma inocência completamente dissociada da realidade adulta e, portanto, incompreensível para estes mesmos adultos.
Ser criança é um estado indefinido; é a ausência completa de experiência de vida, sem vínculos maliciosos ou medos, sem projetos existenciais, sem juízos preconcebidos e uma qualidade de mente flexível impossível de ser compreendida pelos adultos. Uma mente com uma predisposição inata e uma motivação obstinada para aprender sempre mais. Uma mente inocente que é renovada todos os dias, sem motivos ou expectativas, e com uma disposição ímpar para recomeçar sempre.
Aprender todos os dias e sem motivos, eis uma cláusula que está além da capacidade de compreensão do homem comum. Ali, em sua pequena mente sem repertório intelectual relevante, de cognição zero, não há a perspectiva de lucros ou méritos, nem a opressão das Crenças, Ritos e Superstições da tradição; sem medos de qualquer natureza. Uma condição mental, cujo significado para os adultos, vai muito além de seus protocolos e princípios acadêmicos, estudos científicos, regras sociais e até mesmo além dos limites de sua mais criativa imaginação.