Autor: Site de Dicas
Ilustrações e Texto: Alberto Filho[1]
Revisto e Atualizado: 11 de Maio de 2024
Cansada de ser enganada pela Raposa, e frustrada por não ser capaz capturá-la, a Onça teve uma ideia para então atraí-la à sua furna. Por isso mesmo, fez correr a notícia de que tinha morrido, e deitou-se no meio da sua caverna, fingindo-se de morta.
Todos os bichos, contentes, vieram olhar o seu corpo. A Raposa também veio, mas meio desconfiada, ficou olhando de longe. E por trás dos outros animais gritou: "Minha avó, quando morreu, espirrou três vezes. Espirrar é o verdadeiro sinal de morte..."
A Onça, para mostrar que estava morta de verdade, espirrou três vezes. A Raposa, às gargalhadas, fugiu do local.
Furiosa, a Onça resolveu apanhá-la de outra maneira. Havia seca no sertão, e somente uma pequena cacimba ao pé de uma serra, era o que restara como fonte de água em toda região. E assim, todos os animais selvagens eram obrigados a beber ali.
A Onça então, às margens daquele precioso e único reservatório de água disponível para os bichos, resolveu montar plantão dia e noite, e ali permaneceu vigilante, à espera de sua esperta adversária.
Nunca antes a Raposa sentira tanta sede. Ao fim de três dias, já não aguentava mais. Resolveu ir beber, usando duma astúcia qualquer.
Achou um cortiço de abelhas, furou-o, e com o mel que dele escorreu, untou todo o seu corpo. Depois, espojou-se num monte de folhas secas, que se pregaram aos seus pêlos e cobriram-na toda. Imediatamente, foi à cacimba.
A Onça olhou-a bem, de cima a baixo, e perguntou: "Que bicho és tu que eu não conheço, que eu nunca vi?"
"Sou o Bicho Folharal...", respondeu a Raposa...
"Podes beber....", consentiu a ressabiada Onça.
E assim, Desceu a rampa do bebedouro, meteu-se na água, bebendo com exagerado apetite. A Onça, lá em cima, desconfiada, vendo-a beber demais, como quem trazia uma sede de vários dias, dizia:
"Quanto bebes, Folharal..."
Mas a água amoleceu o mel e as folhas, aos poucos foram se desprendendo do mel lambuzado em seu corpo. Quando já havia bebido o suficiente, e a última folha caíra, só então a Onça foi capaz de reconhecer a esperta inimiga. E apesar de imediatamente pular sobre ela, mais uma vez, a escorregadia Raposa teve tempo suficiente para fugir para longe.
Conto tradicional do folclore africano, Compilado por Couto Magalhães em 1876.
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