Autoria e Ilustrações: Alberto Filho[1]
Revisto e Atualizado: 11 de Maio de 2024
Quando chega a noite, quando todos vão para suas casas, lá fora resta apenas a escuridão, a solidão e o frio...
Mas, nesse cenário desolado, o que será que acontece quando todos estão dormindo; quando as ruas ficam silenciosas e desertas?
Bom, sabemos de antemão que, embora tudo pareça deserto, muitas coisas misteriosas acontecem nessas horas...
E quando todos parecem dormir, apesar do pouco movimento, nas ruas desertas, nos becos escuros, nas casas abandonadas, coisas misteriosas acontecem...
E os muitos sons, sem que se saiba de onde vêm, é uma evidência de que nem todos estão dormindo.
São muitos ruídos! Grandes, pequenos, minúsculos. Com alguma atenção, alguns podemos identificar facilmente, outros não...
E aquela era apenas mais uma dessas noites.
Tudo quieto. Lá longe, ouvia-se o barulho do motor de alguns carros, o canto de um grilo...
As ruas logo ficariam completamente desertas, e as luzes das casas seriam todas apagadas.
Aí sim, todos poderiam dormir tranquilos... Mas, será que é sempre assim tão sossegado?
Em sua cama, depois de escovar os dentes, depois de conferir seu material escolar e já deixar sua mochila arrumada para o dia seguinte, aquele menino dormia profundamente.
Talvez até estivesse sonhando com alguma coisa boa. Bom, mas isso, nesse momento, não temos como saber...
Entretanto, aquele sono parecia muito bom...
Então, de repente, sem saber o motivo, ele acordou...
Um ruído estranho o despertara. Abriu os olhos assustado sem compreender muito bem o que estava acontecendo.
O barulho, pra falar a verdade bem alto, parecia vir de algum lugar ali perto. Só não dava para dizer se viera de dentro, ou de fora da casa. Mas, uma coisa era certa, ele tomou um grande susto!
Permaneceu quieto alguns instantes, sentado na cama, de orelhas em pé, esperando que o ruído se repetisse, para tentar identificar de onde viera.
E assim Ficou por um bom tempo. Mas, o suposto barulho não se repetiu. Olhou para a porta do quarto e viu que estava fechada.
"O que será que aconteceu? Será que ouvi mesmo um barulho, ou apenas sonhei?", perguntou para si mesmo.
Sua cabeça entrou em ação, e sua Imaginação começou a criar suas próprias respostas...
Ela o fez Lembrar-se das assombrações, das histórias que os adultos contavam às crianças, onde entidades do outro mundo, monstruosas, tarde da noite, entravam nas casas, em busca de crianças pequenas para assustar...
Embora não fosse mais pequeno, ainda assim, e se tudo aquilo fosse verdade?
Lembrou que o barulho poderia ter vindo do beco que ficava próximo à sua casa.
Lembrou das estórias do "Papa-Figo", ou do "Velho do Saco".
Diziam que entravam nas casas, sem fazer barulho, enquanto todos dormiam, para levar as Crianças.
"Mas, Talvez, dessa vez, andando no escuro, quem sabe, é bem possível que tenha se descuidado um pouco...", pensou, sentindo um calafrio pelo corpo.
Tomado de repentina coragem, resolveu ir olhar pela janela do seu quarto, para ver se conseguia descobrir alguma coisa lá fora.
Como era noite de Lua Cheia, se tivesse alguma coisa lá fora, perto da sua casa, com aquela claridade, certamente, poderia ver.
E sua Imaginação não parava de pensar coisas assustadoras, e enquanto não descobrisse a "verdadeira" causa do barulho, não o deixaria dormir outra vez!
Da janela do quarto, escondido para não ser visto, percorreu com os olhos os latões de lixo que ficavam do lado de fora, à espera da coleta.
E ali, por trás da cortina da janela, viu que alguma coisa se mexia em meio aos depósitos de lixo.
Esfregou os olhos para clarear a visão, e então, como num passe de mágica, pôde ver quem era o Misterioso Causador daquele ruído que lhe tirara o sono...
Tratava-se apenas de um Gato! Sim, apenas um simples gato da rua.
Um gato, que agora, ao vê-lo na janela, já que eles enxergam no escuro, começou a miar quebrando o silêncio da noite.
"Nossa, Que coisa... nossa imaginação é capaz inventar medos inexistentes, e depois nos convencer de que são reais...", suspirou aliviado, cochichando para si mesmo.
Sentiu um grande Alívio.
Nesse momento, lembrou de como sua Imaginação o enganara criando aqueles Medos que não existiam de verdade. Parecia que, nessas horas, sua única função era deixá-lo cada vez mais angustiado, mesmo sem existir um motivo concreto para isso.
"Na próxima vez, antes de me assustar sem conhecer a causa, pensarei muitas vezes...", comentou em voz alta, agora já bem mais relaxado.
Alberto Filho [1] - Professor de Educação Infantil, Especial, Jovens e Adultos. É também desenvolvedor de Softwares Educativos, Tradutor, Consultor, Ilustrador e Escritor de contos infantis, juvenis e adultos.
Email: albfilho@gmail.com
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