Autor: Editoria de Folclore - Site de Dicas[1]
Revisto e Atualizado: 02 de Maio de 2024
Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, ela desejando ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.
E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la, e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe.
Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura refletida da Lua. A pobre moça, imaginando que a Lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.
A Lua, quis então recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
Nomes comuns: Vitória Régia.
Origem Provável: Trata-se de um Mito indígena.
Esta é uma das lendas inspiradas por Perudá[4], e nasceu do amor entre a índia Moroti e o guerreiro Pitá. A história narra, como toda história de amor que se preze, ao menos na alegoria, mais um caso infeliz que termina em tragédia
Diz este Mito, que um índio chamado Pitá afogou-se nas águas caudalosas de um braço de rio, quando estava em busca da pulseira que a índia Moroti lhe havia atirado. Moroti, querendo mostrar para as amigas o quanto era amada pelo guerreiro, jogou a sua pulseira ao rio desejando que, como prova de amor, Pitá a trouxesse de volta.
O infeliz apaixonado, então atira-se nas águas turbulentas e não mais retorna. Desesperada e arrependida, Moroti joga-se atrás do amado, tendo igual fim.
No dia seguinte, a tribo presenciou o nascimento de uma grande flor, que ao centro era branca, como o nome de Moroti, e as pétalas ao redor eram vermelhas, como o nome do bravo Pitá.
A Vitória-Régia, a rainha das flores da Amazônia, só abre suas pétalas à luz do luar, recolhendo-se ao cair do dia, para abrir-se novamente no dia seguinte.
[2] É uma planta aquática que floresce e se desenvolve quando das "águas vivas", e definha quando a água é pouca. É comum nas águas pouco profundas (cerca de meio metro).
Suas folhas podem atingir mais de três metros quadrados. O longo pecíolo que se eleva no centro da folha é coroado por belíssima flor, de cor carmim e branco e aroma muito suave. Como ninfeácea, é parente dos nenúfares. A raiz desta planta é semelhante ao Inhame, sendo por isso muito apreciada pelos indígenas.
[3] Franz Kreüther Pereira, Painel de Lendas & Mitos da Amazônia, p.67, Belém-Pará - 2001.
[4] Rudá ou Perudá, é o deus Tupi do amor, como Eros ou Cupido da clássica mitologia Greco-Romana.
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