Autor: Editoria de Folclore - Site de Dicas[1]
Revisto e Atualizado: 02 de Maio de 2024
As cidades nasceram debaixo de muitas guerras e amparadas pelo ciclo do ouro e das pedras preciosas. Assim, para as Minas Gerais, correram as forças do Brasil colonial, pois era preciso defender aquelas cobiçadas terras.
O folclore mineiro é, portanto, um prolongamento, enorme, assimilado, com traços próprios, mas um prolongamento, do folclore paulista. Mas esse prolongamento não é uma dependência completa dos mitos dos outros estados.
Assim, os mitos gerais europeus e indígenas, especialmente dos Tupis, foram levados e disseminados pelas bandeiras, mas o trabalho de mineração trouxe outros elementos distantes que movimentaram a imaginação mineira. O Ciclo do Ouro, se confundiu com os "Mitos do Fogo" e estes com o Mboitatá.
Assim, a "Mãe do Ouro" reuniu vestígios de outros mitos. Entre eles a Mãe d'Água, o Batatá, chamado em Minas Gerais, Batatal, Bitatá, como na Bahia é o Biatatá. Sacis-Pererês e Mãos-Peladas, assustam ao redor das casas. Fantasmas noturnos deixam as crianças em pânico. Monstros de todos os tamanhos se arrastam pelas montanhas, saindo das furnas sombrias, como o Minhocão, que sai do leito do rio São Francisco cavando passagens subterrâneas.
O folclore do rio da Prata deixou migrar algumas de suas criações preferidas. Os negros, reunidos em multidão, deram um aspecto diferenciado aos seres fabulosos que se confundiam com a noite.
Minas Gerais permite uma divisão, arbitrária e convencional, em seus mitos. A zona do São Francisco, a zona limítrofe, que é longa e complexa, com Goiás, a zona sul com as mil portas da influência fluminense e justamente uma das mais densamente povoadas, são os rumos que nortearão os estudiosos. Essas zonas não têm, mitos peculiares, desta e daquela espécie, o que facilita um determinante linha de sua origem.
Os mitos gerais de origem européia são predominantes. A influência negra é muito mais sensível embora não caracterize a criação de nenhum ser sobrenatural, exceto nos contos dos medos infantis.
O Caapora, onipotente, perde sua importância para o Saci-Pererê, que não pertence a nenhum dos dois, foi exportado pelos nortistas.
Os mitos secundários e locais são, na maioria, comuns a São Paulo. Outros são oriundos de Goiás e Mato Grosso. Aqueles do "Ciclo do Ouro" que vieram através das "Bandeiras", acabaram por encontrar um ambiente tão acolhedor que além de ficaram ainda estão florescendo.
A Editoria de Pesquisas Folclóricas, é composta por dois antropológos, sendo um deles também folclorista, historiador e publicitário. Contamos ainda com a colaboração de uma pedagoga e antropóloga especializada em Tradições Populares e Costumes Antigos, e também com as valorosas contribuições dos nossos leitores.
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