Não existiriam exploradores da boa vontade se não existissem os incautos; e não existiriam enganadores se não existissem aqueles que são enganados, e estes, infelizmente, na maioria das vezes, somos nós. Zelo, bom juízo, e muito senso crítico, nesse novo mundo, nunca serão exagerados, mas antes disso, será sinônimo de prudência e inteligência.
Como pais e educadores não podemos nos desviar de nosso propósito que é educar corretamente. Mas, isso não podemos fazer se tivermos em mãos informações equivocadas, falsas demandas, mentiras habilmente maquiadas como verdades pela poderosa e competente máquina de indução dos meios de comunicação. Basta uma estratégia publicitária bem elaborada patrocinada por uma instituição que como ninguém conhece a psique humana, e logo um absurdo se transforma em uma necessidade, em algo do qual supostamente não podemos, nem devemos, abrir mão. Fácil é condicionar e criar hábitos dentro de uma mesologia, difícil mesmo é remover de nossas mentes tais hábitos e manias depois.
Vantagens absurdas que chegam à nossa porta vão exigir de nossa parte uma reflexão maior. Se parece tão vantajoso, por que o próprio autor não usufrui dos seus benefícios? Por que desejaria ele compartilhar com desconhecidos sua fórmula da fortuna ou vida fácil? São as campanhas de arrecadação para quase tudo, as pirâmides financeiras que prometem vantagens absurdas sem nenhum esforço ou capacitação, e tantas outras abordagens, que, infelizmente, ainda encontram tolos dispostos a se tornarem a próxima vítima.
Outra reflexão que julgo importante são os falsos boatos. Nesse terreno, onde a pressa em julgar é sempre o maior inimigo da perfeição, agem os aproveitadores inescrupulosos, cuja pauta existencial é enganar os incautos, mal informados ou imprudentes, com falsas verdades. E mais uma vez usam e abusam do apelo emocional para enganar os ingênuos, e no final de tudo isso, alguém sairá perdendo, enquanto que outros levarão vantagem. Mais do que nunca, ter senso crítico torna-se uma regra básica de sobrevivência.
Como não temos a pretensão de induzir ninguém a pensar de modo direcionado, ou incutir opiniões de qualquer natureza, vamos nos limitar a relatar apenas fatos, eventos estes que poderão ser facilmente evidenciados em nosso dia a dia. A principal característica de um fato é a capacidade de atestar a si mesmo, não deixando espaço para especulações, debates ou refutações improcedentes e improdutivas, sem depender de opiniões de quem quer que seja.
Sem dúvida, como fonte de pesquisas, temos então ao nosso dispor o maior repositório de informações de todos os tempos, desde o dia em que o homem aprendeu a caminhar ereto sobre duas pernas.
Eis então o nosso primeiro e grande problema: a diversidade de opiniões sobre uma mesma coisa. E surge a questão: Se a princípio parece não existir nenhum problema, a partir de um momento que precisamos de uma referência autêntica, por qual dessas fontes devemos optar?
Isso é verdadeiro especialmente para os relatos dos eventos históricos, as informações científicas, as notícias sobre qualquer coisa, onde as contradições são quase uma regra e não uma exceção. E com o avanço das modernas técnicas de pesquisas históricas e mesmo científicas, as fontes de onde podemos tirar informações sobre um mesmo tema se diversificam, os mitos se desmistificam, conceitos são reformulados, o que pode causar mais confusão que clareza. Enquanto estávamos limitados às escassas fontes que nos traziam os livros, não havia problemas, mas, e agora diante de tamanha diversidade?
Assim, sendo eventos bem documentados, cuja referência sejam fontes conceituadas, o bom senso deverá ser nosso guia, e certamente iremos optar por estas, mas, sempre tomando o cuidado de consultar mais de uma fonte. Mas, como saber se as fontes são bem conceituadas, idôneas, se possuem a credibilidade necessária para que possamos usá-las em nosso trabalho, ou mesmo aprender com isso alguma coisa útil para nossas vidas?
Mais uma vez, o bom senso crítico deverá prevalecer. Não podemos nos agarrar aos sensacionalistas, aos defensores intransigentes de pontos de vista pessoais. Uma fonte histórica séria não opina sobre fatos criando espaço para contestações e especulações, e quando o faz, deixa isso bem claro, além de ter o cuidado de separar as opiniões pessoais dos eventos notadamente históricos que se presta a relatar.
Um evento histórico autêntico não deverá ser algo abstrato, sujeito a inúmeras versões e interpretações. Deverá, antes disso, estar amplamente amparado em fontes documentais autênticas, se possível com cópias dos documentos originais referenciados em suas explanações. Referências complementares, fontes adicionais que confirmem, ou pelo menos tentem autenticar tais eventos, baseados obviamente nas evidências conhecidas, deverão necessariamente acompanhar o material disponibilizado à consulta.