Autor: Site de Dicas[1]
Revisado e Atualizado: 10 de Maio 2024
O computador, se bem utilizado, pode tornar-se uma ferramenta auxiliar de excepcional valor na criação de Atividades Didáticas. Mas, como toda ferramenta auxiliar, é preciso conhecer suas potencialidades, o que ele tem para nos oferecer.
E embora o orientador não tenha a obrigação de tornar-se um especialista em computação, deverá conhecer um mínimo além do básico, que em alguns casos, sem exageros, se resume ao ato de saber ligar e desligar o equipamento.
Sabemos bem o que é uma Atividade Didática ou Recreativa, afinal existem tantas que mal conseguimos enumerá-las. Ao longo dos anos centenas foram criadas, readaptadas, recicladas e modificadas, e tudo isso de acordo com a cultura ou demandas do local de sua aplicação. Examinando um pouco mais, vamos constatar que muitas atividades do passado ainda são largamente usadas, mesmo que levemente modificadas, e na maioria das vezes, se mantendo fiéis à época e materiais com os quais foram concebidas.
Por exemplo, o ato de Desenhar, Pintar e Escrever são Atividades Lúdicas e Cognitivas atemporais, e o mais importante, de excepcional valor educativo. Na verdade, os benefícios didáticos dessas práticas centenárias são tantos que é praticamente impossível especular um número aproximado.
E embora o computador tenha se tornado uma ferramenta auxiliar das mais interessantes e práticas para o ato de desenhar, recomendamos para crianças pequenas que isso não ocorra antes que as mesmas já tenham desenvolvido plenamente a prática do desenho a mão livre, feito com lápis, pincel, tinta e papel de verdade. Neste caso, o alerta é válido porque o contato da criança com lápis, pincel, tinta e o próprio ato de desenhar no meio físico, desenvolve, além de importantes aspectos de sua Coordenação Motora Fina, noção de espaço, grandezas, distancia, ajustes sensoriais tácteis e a acuidade visual, sem contar outros estados emocionais importantes, a exemplo da Autoconfiança, Independência ou Autonomia.
Isso mesmo, embora não pareça ter nenhuma relação, o ato de desenhar ou pintar em papel, psicologicamente, para a criança, é um estado de Autoafirmação de que ela é capaz de fazer ou criar, e tudo isso sem a ajuda de um amigo virtual que já faz quase tudo. Não estamos discutindo a utilidade, potencial ou praticidade do computador para a produção de trabalhos gráficos, ilustrações, obras de arte e assim por diante, mas apenas examinando os aspectos necessários do desenvolvimento Psicossensorial de uma criança fora do mundo virtual.
Ocorre que a criança, se não adequadamente estimulada através da Autoexperimentação Sensorial e Física[2] patrocinadas pelo Toque, Olfato, Frustrações e Alegrias, terá comprometida para sempre traços importantes de sua personalidade e atributos psicológicos responsáveis pelo Desenvolvimento Saudável de suas Nuances Emocionais. Não passando por esse estágio, Difícil será corrigir os danos depois. Na verdade, na maioria das vezes, essa correção não é possível, embora pais e educadores desconheçam ou ignorem este fato.
Na dúvida, convém não arriscar. Além disso, não estamos defendendo a proibição do uso do computador pelas crianças, mas apenas criando ressalvas e alertas em relação às menores, aquelas cujos “potenciais ou qualidades” sensoriais ainda não foram devidamente estimuladas e ativadas.
Passada essa fase, o computador poderá ser usado sem problemas, desde que de maneira dirigida, com propósito, de modo a apoiar e promover seu processo cognitivo, sem distorcer ou degenerar seu progresso psicológico.
Com imaginação, mesmo que não seja uma autoridade em informática, pais e educadores poderão ter no computador um respeitável aliado para apoiar sua prática didática, transformando suas aulas e abordagens em divertidas e atraentes aventuras lúdicas.
Outra coisa que julgamos importante, é que não precisamos de um equipamento sofisticado e de última geração para usar como auxiliar em nosso magistério. Uma máquina simples, com apenas os recursos básicos disponíveis, é mais do que suficiente.
Lembre-se, o equipamento é apenas um auxiliar na tarefa de conduzir nossa prática didática ou magistério. Quem fará a diferença é o educador, sua abordagem e criatividade; seu interesse; seu empenho em praticar de maneira elucidativa suas ideias e projetos.
[2] Um dos maiores equívocos da moderna Pedagogia é imaginar que o desenvolvimento Sensorial é capaz de ser simulado virtualmente, ou seja, que um acessório cibernético seja capaz de criar situações ou experiências pseudo-sensoriais capazes de substituir a Vivência Sensorial das autoexperimentações.
Ocorre que nosso Corpo Sensível está conectado a um órgão Cerebral dependente de sensações concretas para compor os traços Cognitivos que darão forma e sustentação à nossa personalidade. Nossa personalidade é um condomínio onde as experiências concretas do viver são inquilinos indispensáveis. Sem elas a entidade humana sensível não existe.
O faz de conta tem sua utilidade, mas não se presta para esta tarefa. E assim como não existe a palavra capaz de transmitir uma sensação de modo que o ouvinte seja capaz de incorporar o sentimento do narrador, também não existe o assimilador capaz de absorver através de algum processo Místico-Alquímico a Autoexperimentação lúcida de outrem.
O Curso: Criação de Atividades Recreativas com fins Educativos foi elaborado pelo nosso corpo docente para uso exclusivo do Site de Dicas.
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