Autores: Jon Talber e Alberto Filho[1]
Conteúdo Atualizado: 15 de Julho de 2024
Observação Importante: Quando usamos a Expressão "Os Pais", estamos nos referindo aos dois Gêneros, e não apenas ao Gênero Masculino.
Um profissional que não exerce sua função por Vocação, sempre terá uma grande dificuldade em se tornar criativo, uma vez que terá no trabalho uma obrigação, o que, para ele, caracteriza um fardo ou cativeiro dos mais cruéis. Por isso mesmo nunca se sentirá plenamente realizado, muito menos em paz consigo mesmo, afinal de contas, a realização pessoal, além da boa ressonância nos interrelacionamentos, não pode deixar de fora o bem estar no trabalho.
Mas, pouca gente sabe o que é Vocação. Muito menos o que fazer para descobrir qual é a sua. E já que escola não nos ensina nada sobre este assuntop, eis alguns Segredos ou Mitos que precisam ser esclarecidos antes que o leitor, em busca de mais informações sobre esta pauta, comece da maneira errada, ou até mesmo tarde demais. Entretanto, convidamos o Leitor a duvidar de tudo, até mesmo do que aqui está escrito. Investigue, examine cuidadosamente a lógica de cada questão ou argumento apresentado. Faça uma digestão lúcida de tudo que recebe, não importa qual seja o status do autor ou mesmo da autoridade responsável pela informação, quando então poderá com mais propriedade tirar suas próprias conclusões.
Bem que poderia ser, mas infelizmente não é. Na verdade é o pior lugar, mas não porque não fosse um dos mais adequados, e sim por incompetência da instituição, e de um corpo docente que raramente está qualificado para a realização de uma tarefa tão nobre. Assim, descobrir a Vocação dentro de uma sala de aula equivale a encontrar pepitas de ouro dentro de ovos. Ocorre que a proposta da escola tradicional, faz tempo, deixou de ser educativa. A moderna pauta pedagógica limita-se ao ensino de disciplinas instituídas por lei, a maioria sem nenhum valor cognitivo ou prático para nossas vidas.
Ali não se aprende a duvidar, o que significaria desenvolver o senso crítico; muito menos se aprende sobre a ciência da vida. O aluno não aprende a aprender, nem como resolver conflitos pessoais, mas logo se torna um mestre em repetir, e o que é pior, só aquilo que não tem valor. Trata-se de um mundo particular, totalmente segregado do mundo real, onde apenas bobagens acadêmicas são jogadas dentro do seu cérebro, a exemplo de um saco que se presta a guardar bugigangas previamente descartadas por falta de uso. E naquele ambiente, acadêmico apenas por definição mercadológica, falar sobre Vocação tem o mesmo impacto que teria um ato herético para um clérigo medieval.
Uma idiossincrasia ou predisposição inata não se revela por meio de gabaritos ou enquetes pré-fabricadas por pseudo-acadêmicos. No entanto, pode funcionar como um processo indutivo – persuasão ou autohipnose –, e este tipo de abordagem, nem de longe, tem alguma relação com Vocação. Assim, o candidato é convencido por meio do direcionamento intencional das questões a acreditar que está em ressonância com “certo perfil ou conjunto de inclinações”, mas isso está mais para Lavagem Cerebral do que para a descoberta espontânea da sua Vocação Pessoal.
Imagine se um questionário, elaborado por alguém que não me conhece, é capaz de revelar traços impessoais que eu próprio desconheço ter. Sim, Vocação é um traço de nossa personalidade que, na maioria das vezes, está em estado de dormência, encarcerado em nosso inconsciente, longe do nosso conhecimento. E o seu despertar não é uma tarefa simples. Precisa sim, mas de pesquisa séria, de tempo, de investigação diligente e pessoal. Uma tarefa que não é possível de ser feita por meio de gabaritos genéricos elaborados por teóricos, cujo conhecimento da natureza humana, não difere da competência que teria um analfabeto para traduzir a Pedra de Roseta.
A Vocação é mais facilmente descoberta ainda na infância, quando a criança age com naturalidade, sem as amarras de uma mente já condicionada e repleta de sugestões, manias e hábitos. Já condicionado, o jovem fica confuso, e isso acaba por deformar ou sufocar suas verdadeiras potencialidades e idiossincrasias. No entanto, entre adultos e jovens, poderá aflorar naturalmente, a qualquer momento, mas jamais sem uma influência externa ou motivação que lhe sirva como fonte de inspiração ou estímulo.
Vocação não é uma qualificação, nem uma habilidade adquirida por meio de cursos acadêmicos ou treinamentos. No entanto, no decorrer de uma atividade informal, qualificada ou não, pode aflorar inesperadamente. E embora uma Vocação possa se desdobrar em múltiplas habilidades, ela não muda com o tempo, e sim, ao invés disso, se potencializa. No entanto, às vezes pode ocorrer o despertar de uma Vocação secundária, entretanto, sem anular a primária.
No exercício de uma atividade profissional, com o passar dos anos, pode ocorrer um processo de identificação a partir da repetição, o que acaba por criar acomodação ou hábito. No entanto, este hábito patrocinado pelas circunstâncias ou outras vezes por necessidade, não deve ser confundido com Vocação. Adaptação por força de uma obrigação não passa de conformação ou amoldamento, e embora depois se transforme em rotina, não tem o mesmo peso de uma inclinação por predisposição inata. A Vocação é sempre natural. E sendo Vocação, durante o exercício de uma profissão, não serão necessários longos anos de espera para que o protagonista seja capaz de comprovar este fato.
Algumas vezes a carreira profissional poderá se transformar em decepção. Isto ocorre principalmente porque o indivíduo não se sente valorizado, ou mesmo porque não vê um resultado profícuo no trabalho realizado. O mais comum é que exerçamos uma atividade profissional durante anos apenas por força de uma obrigação social ou imposição de uma conjuntura que está além do nosso controle.
Neste caso, com o tempo, acabamos por nos identificar com aquela atividade, que mesmo não sendo vocacional, poderá se transformar em hábito, e assim poderemos desempenha-la com singular competência. Entretanto, no final, ainda restará uma sensação de vazio, um forte e inequívoco sentimento de que alguma coisa ficou pendente, o que não ocorreria no caso do exercício profissional por Vocação, com ou sem resultados materiais relevantes.
Nem sempre é assim. Pode ocorrer de nos realizarmos em uma atividade que não esteja de acordo com a nossa Vocação. No entanto, não será uma realização plena, o que no fundo pode provocar um sentimento sufocado de frustração. A Vocação potencializa nosso desempenho ao máximo, o que nos torna naturalmente mais produtivos, criativos, sempre motivados e com a autoestima em dia.
Como já foi dito antes, há sempre uma Vocação secundária escondida lá dentro do nosso inconsciente, que pode ou não estar relacionada com a primária. O sentimento de felicidade plena na execução do nosso trabalho, com ou sem repercussão pública; com ou sem resultados compensadores; com ou sem ganhos financeiros acima da média, prêmios ou méritos. Todas estas coisas nos dirão de maneira enfática em qual condição nos encontramos.