Autor: Alberto J. Grimm[1]
Revisado e Ampliado: 18 de Dezembro de 2023
Um breve estudo que se propõe a examinar quais são os métodos usados com mais frequência para disseminar a Desinformação e as Fake-News nos meios sociais.
"Há um grande equívoco quando se imagina que estar bem informado é sinal de inteligência; e o pior de tudo é quando imaginamos que estamos bem informados a respeito de alguma coisa..."
Do mesmo modo, um jovem acredita que está bem informado apenas porque, por hábito, todos os dias troca mensagens com seus amigos nas redes sociais. E para ele, isso é mais que suficiente para que acredite estar bem informado sobre todas as coisas do seu mundo.
Mas, o problema maior é quando acreditamos que estamos bem informados a respeito de alguma coisa, uma vez que nossa fonte de referência possui o cobiçado e incontestável status da credibilidade, e, no entanto, está a nos iludir. E fará isso seja por omissão, ignorância, ou simplesmente de maneira calculada por meio da intencional Técnica da Desconstrução dos fatos.
Isso pode ocorrer por dois motivos: Primeiro, a fonte divulgadora também é uma vítima, e sem saber, apenas replica uma mentira que recebeu como verdade. No segundo caso, a falsa informação é disponibilizada intencionalmente, e a fonte tem plena consciência do que está fazendo.
Em um mundo onde o tempo se torna cada vez mais escasso, onde cada lacuna desse tempo é ocupada pelos tentáculos de uma engrenagem midiática que está sempre em busca de mais visibilidade para seus produtos, ideias, movimentos, doutrinas ou ideologias, cada indivíduo é assediado diariamente por uma quantidade de informações impossível de ser processada, e consequentemente, digerida. Diante disso, para o indivíduo comum, a possibilidade de separar com lucidez o útil do inútil torna-se uma tarefa titânica, senão impossível.
E desse modo, apenas algumas se tornam conhecidas, enquanto que outras, apesar de relevantes, são ignoradas ou deliberadamente suprimidas. Resultado, o indivíduo além de estar mal informado sobre coisas sem importância que não lhe interessam ou nada lhe acrescenta, ainda é condicionado a acreditar que não está.
E com o advento de uma nova geração de jovens cuja disposição para questionar se tornou uma espécie de tabu, heresia ou pauta proibida, fica mais fácil a proliferação de tendências, ideias, ideais, assim como extravagantes comportamentos patológicos que entram triunfalmente pela porta da frente dos seus lares com emblemáticos status de símbolos, ideologias, correntes ativistas, doutrinas sectárias, modismos ou hábitos mórbidos travestidos de condutas ilibadas supostamente alinhadas com os novos tempos.
E existe até a Propaganda disfarçada de informação ou notícia de utilidade pública. Funciona do seguinte modo: Uma empresa ou agência encarregada de divulgar um produto, ideia, tendência, movimento social, modismo ou qualquer outra coisa, contrata um competente redator ou influenciador digital, que por sua vez, cria um artigo ou conteúdo audiovisual de impacto com a intenção de promover aquela mercadoria, ideia, crença, catequese ideológica ou serviço.
O leitor, evidentemente, raramente fica sabendo que se trata de uma propaganda camuflada. E assim surgem os novos e exóticos alimentos, miraculosos medicamentos, novos tratamentos de saúde, comportamentos, movimentos sectários e ideológicos, ativismos filosóficos e conceitos que rapidamente, como pragas virais, se transformam em alienações, necessidades ou paranóias coletivas.
Eis o motivo pelo qual, todos os dias, ganham destacada visibilidade na mídia as notícias sobre as propriedades mágicas de alguns alimentos, suplementos, métodos e tratamentos de saúde alternativos, estilos de vida exóticos, Crenças, ideologias e comportamentos sociais surreais. Cada uma destas coisas, sempre acondicionadas em elegantes embalagens, são apresentadas como “Posturas de um Novo Tempo” para um “Novo Homem Livre”. E para um espectador que se recusa a pensar voluntariamente e de maneira lógica, tudo isso logo se transformará em sonho de consumo, ilusões, alienações, dependências.
Assim, artigos ou produções audiovisuais poderão vir assinadas e autenticadas por falsos cientistas, grupo de notórios pesquisadores ou instituições consagradas inexistentes, autoridades de faz de contas, falsas biografias e bibliografias. Por sua vez, o leitor sempre avesso ao questionamento, nunca está interessado em examinar a fundo a veracidade do que chega às suas mãos, olhos ou ouvidos.
Sua atenção precária limita-se a valorizar o impacto que lhe evoca o título ou chamada de cada conteúdo veiculado, ou o status da autoridade do meio divulgador. Os falsos laudos científicos, assim como as falsas referências de fontes abonadoras, além de um estilo requintado, vão dar um convincente toque final à intencional farsa.
Por isso o culto exagerado às coisas inúteis, cuja visibilidade e popularização têm o patrocínio garantido da mídia e do próprio público, a cada dia ganha mais força. Aos meios de comunicação tradicionais, Influenciadores Sociais, Guetos Políticos ou Sectários não interessa educar seu espectador, uma vez que é mais fácil puxar pelas rédeas indivíduos não pensantes; indivíduos cujo objetivo de vida se resume à consolidação de um status comportamental inspirado e centrado em suas ideologias, ideias ou doutrinas, metas ou objetivos inúteis.
Também não interessa a este tipo de cadeia midiática o leitor questionador, aquele consciente do seu papel existencial, que rejeita as bobagens travestidas de necessidades. Por isso ela investe pesado para certificar-se de que a desconstrução cognitiva comece cada vez mais cedo, fisgando o jovem ainda aos pés do berço, quando sua blindagem crítica não existe.
E eis o maior trunfo da Mídia Disseminadora das Coisas Inúteis e do falso conhecimento, depois de patrocinar a remoção do senso crítico de cada indivíduo, ainda é capaz de convencer a todos de que estão progredindo de maneira inteligente, libertadora, revolucionária e lúcida.
Pior de tudo é quando estes espectadores, instruídos pela competente máquina da Desinformação, passam a acreditar que agora, numa espécie de cruzada santa em defesa dos novos costumes, hábitos ou tendências, estão recebendo a nobre missão de replicar tudo isso, com a solene intenção de construir um mundo novo, melhor e mais justo. E de boa vontade, farão isso impulsionados pela força do soberano e exclusivo Livre Arbítrio, que cada um, em seus delírios dos Contos de Fadas, acredita possuir.