Autor: Alberto Filho[1]
Revisto e Atualizado: 17 de maio de 2024
Ao contrário do que se pensa, ingenuidade e surdez são coisas distintas. Isso quer dizer que, uma criança pode até não compreender o significado das palavras, mas os gestos que acompanham cada palavra, frase ou a síntese comportamental de um diálogo, seus respectivos comentários, desdobramentos e efeitos, isso elas conseguem captar com invejável precisão.
Para uma criança, em primeiro lugar vem a expressão e o gesto, e apenas depois, as palavras. Por isso ela é capaz de associar as palavras aos estados emocionais, mesmo sem saber o que significam.
Após os três anos de idade, quando a individualidade para ela já é fato consumado, os gestos e suas respectivas expressões verbais tenderão a fazer parte do seu repertório idiossincrásico; darão lastro à sua personalidade que aos poucos vai se consolidando. Eis o motivo pelo qual, a qualidade daquilo que iremos colocar dentro daquela mente vazia fará toda diferença.
Criança sempre aprende por meio da imitação, de uma fonte, de alguém que já sabe, de alguém que já aprendeu. Mas, ao contrário do adulto esclarecido, mesmo que este tenha pouco discernimento, neste aspecto ela não possui nenhum. Assim, errado e certo, dentro daquele cérebro em busca de conteúdo para dar forma aos seus pensamentos, tudo é uma mesma coisa, ou seja, informação, conteúdo, e para ela, portanto, tudo, sem exceção, é instrução útil.
Se o teor de uma conversa proporciona satisfação aos adultos, não importa qual seja o conteúdo, seu respectivo significado ou efeito, para ela tudo isso é coisa positiva. Logo, enquanto cresce, tenderá a encontrar também naquilo, à medida que passa a compreender, um objetivo digno de ser alcançado, não importando a qualidade do contexto, consequências ou desdobramentos.
Lembre-se, criança ainda não sabe; nós sabemos. E elas aprendem conosco, coisas negativas ou positivas. Podemos aprender com os erros, mas não temos meios para desfazer um erro cometido, nem como restaurar suas eventuais consequências.
Com um senso de ética ainda carente de estruturação, as informações que assimila do seu entorno, do exemplo dos seus pais e entes mais próximos, irão ajudar neste processo que é de aquisição. E inicialmente, sua ética será também a dos seus pais, e os erros que cometer enquanto lhe falta o devido discernimento, estes não poderão ser anulados. Um Mal depois de feito, não pode ser desfeito. Podemos tentar compensar uma falta, mas jamais seremos capazes de repor os malefícios causados a partir de uma falha cometida.
A compensação de um erro jamais terá o efeito de desfazer suas consequências e os eventuais estragos causados, o que inclui os danos materiais e os emocionais.
É bom que isso fique sempre bem claro.
[1]
Alberto Filho, É orientador e Consultor em educação infantil e adulta, inclusive da terceira idade, com especialização em Educação Integral e Holística. É também Tradutor, Escritor de Contos Infantis e Adultos.
Email: albfilho@gmail.com
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