Autora: Profa. Anne Marie Lucille[1]
Atualizado: 16 de Julho de 2024
Neste artigo a autora faz uma reflexão sobre o verdadeiro papel de pais e educadores nos dias atuais, e também faz um alerta sobre as Fake News, um fenômeno recente capaz de distorcer a realidade criando Comportamentos Alienadas e o Caos Social.
"Dotado do conhecimento adequado, o educador finalmente estará apto a não repetir atos Inadequados..."
Observação Importante:
Quando usamos termos, tais como, "Pais, Filhos, Alunos, Professor ou Educador", estamos nos referindo aos dois Gêneros, e não apenas ao Gênero Masculino.
E algo que é feito exclusivamente por obrigação, será isso capaz de nos proporcionar alguma alegria ou contentamento mais duradouro? Obrigação é a mesma coisa que fazer à força. Se não desejamos realizar uma tarefa, seu cumprimento apenas será possível contra nossa vontade, por força de algum tipo de ameaça, coerção ou anseio meritório.
Quando vão à escola, na maioria das vezes, os alunos não o farão de maneira espontânea ou de boa vontade. Para isso existem os meios que são usados para convencê-los da necessidade do exercício, embora forçado, daquele compromisso.
E a frequência à sala de aula todos os dias, mesmo para aqueles que gostam da vida acadêmica, não ocorre sem um motivo ou promessa de alguma compensação ou prêmio, ao final de um período letivo que muitos consideram um verdadeiro calvário.
A recompensa ao final dos estudos é o agente motivador. Ela é a autoridade maior que obriga os alunos a frequentar durante anos aquela instituição, cumprindo com rigor os horários e metas estabelecidas. Trata-se de um dever que todos, por uma determinação social, são solicitados a cumprir. E aqueles que desistem serão considerados cidadãos “não qualificados” ou de terceira classe.
Para quem idealiza uma vida regular, politicamente correta, este passo representa a garantia de que mais à frente irá conseguir estabilidade financeira, sucesso profissional e aparentemente a realização pessoal. E isso é tudo!
E embora todos desejem a bonificação ao final daquele longo período de engajamento, na maioria das vezes, o comparecimento não é voluntário. E eis um dos maiores e mais problemáticos paradoxos na vida dos Educadores.
Afinal de contas, eles estão diante de um exército de alunos que, em sua maioria, não frequenta a sala de aula por livre iniciativa, e o pior de tudo, o mesmo ocorre com um expressivo número de Educadores. Como lidar com isso se torna um dramático desafio para os dois lados, e um emblemático problema social.
Durante essa exaustiva jornada, ocasionalmente, algumas normas de convívio social, ética e comportamento, ainda que de maneira minguada, são lembradas, embora não façam parte da Pauta Curricular regular. Quem já viu avaliação final para medir o nível de ética de cada aluno, tamanho do bom senso, respeito, ou mesmo posturas egocêntricas, e outros? Então, qual poderia ser nossa conclusão?
Diante de tudo isso, ciente dos desvios de comportamento que são criados ou consolidados a partir do Modelo Educacional vigente, onde as distorções nunca são tratadas da maneira adequada e posturas as patológicas são replicadas como repertório cognitivo válido, o que resta ao educador?
Neste caso, estamos nos referindo ao educador exceção, aquele vocacional, e não aos demais, cujo exercício da função ocorre apenas por conveniência ou casualidade. Para este segundo grupo, mudança não é uma coisa desejável. É como aquele médico, ou centro médico, que vê na cura do paciente uma ameaça à estabilidade ao seu emprego ou meta de lucros.
Entretanto, em meio a este universo de Pseudos Educadores, há um grupo que escolheu a pedagogia por vocação, e esta questão é dirigida a eles. Assim sendo, o que um educador com perfil vocacional poderia fazer diante deste obscuro quadro?
Deveria começar expondo, por meio de exemplos, um fato já consagrado, de como as mentiras ou “Fake News” não contestadas, por meio da sistemática e perseverante repetição, em pouco tempo, acabam por se fixar como verdades, consolidando o princípio da desinformação no meio social.
Desejando o educador ilustrar com exemplos práticos sua abordagem pedagógica, poderia falar sobre os alimentos industrializados, de como os fabricantes enfatizam os benefícios dos seus produtos, ocultando deliberadamente os efeitos colaterais ou nocivos de muitos dos ingredientes utilizados.
Para isso os alunos deveriam aprender mais sobre os efeitos dos conservantes, aditivos, corantes, estabilizadores e realçadores de sabor. E de posse destas informações, teriam mais argumentos para praticar o princípio da dúvida, agora com um aporte técnico mais consistente.
Ao final de cada questão dessa natureza, o objetivo não seria discutir quem está com a razão, mas deixar claro para todos que, até prova em contrário, nenhuma informação deveria ser interpretada como fato. Neste caso, o mais importante seria a compreensão de que cada situação possui dois ou mais lados, e não apenas aquele exibido na embalagem ou vitrine.
E tudo deveria começar com o exame cuidadoso da qualidade da fonte disseminadora. Afinal de contas, sabemos como é prática cada vez mais comum, a veiculação de falsos laudos científicos, ou mesmo testemunhos de autoridades já consagradas e supostamente revestidas de crédito, com a intenção de construir uma imagem robusta para dar lastro a um novo produto, movimento, ideia, crença, comportamento, hábito ou ideologia.
Capacitá-los a enxergar o óbvio que não parece tão óbvio, deveria ser o primeiro passo. Se alguém coloca à venda uma fórmula infalível para enriquecimento rápido ou qualquer outro tipo de vantagem irrecusável, mostre as evidências, com argumentos lógicos, incontestáveis, de que aquilo pode ser um engodo, uma bem elaborada mentira patrocinada por uma capciosa campanha de marketing. Lembre-os de que, até prova em contrátio, as Aparências Enganam.
A partir dos exemplos mais simples, poderão depois chegar às questões mais complexas. O princípio da dúvida só funciona se o educando, seja no papel de Filho de dentro de casa, ou como aluno na escola, for capaz de comprovar sua eficácia. Ciente de que poderá aprender a partir do meticuloso exame das coisas, e de que a descoberta de muitas verdades depende apenas deste interesse, o caminho para a Independência Mental ou exercício da Inteligência, já estará aberto.
E logo aquele aluno deixará a alienação de lado, e não mais terá seu cérebro lavado e irrigado com os idiotismos da moda, posturas negativas e manobras subliminares criadas para reprogramar a vontade dos incautos, dos inocentes por acomodação, ou apenas tolos por instrução ou opção.
Desse modo, comprovado o fato, não terá que convencer seus alunos ou filhos de coisa alguma. O autoexperimentador, por meio da postura pessoal, agora tem gabarito para se tornar uma cobaia viva, apto a demonstrar através de resultados e exemplos concretos, aquilo que ele próprio já constatou através da autovivência lúcida, ou mesmo demonstrou por meio de sua consistente postura.
E diante de fatos irrefutáveis, apenas os tolos ainda desejarão permanecer na ignorância. Mas convenhamos, este educador, de antemão, sabe que seus esforços não são direcionados para este grupo.