Autores: Jon Talber e Alberto Filho[1]
Conteúdo Atualizado: 16 de Julho de 2024
E entender a dinâmica de todo nosso processo cognitivo deveria ser uma disciplina acadêmica das mais importantes na vida de qualquer indivíduo. Pensando nisso, apresentamos alguns Pensamentos, Meditações, Reflexões ou Aforismos que poderão ajudar o leitor interessado no assunto a aprofundar suas contextualizações sobre comportamento, especialmente quando o foco dessa abordagem são os mais jovens.
E na pauta de qualquer pai ou educador, entender as demandas psicológicas dos jovens é um item inegociável, e que, caso fosse possível, poderia revolucionar a educação dentro e fora de casa.
Experiência de vida é um status que não se acrescenta ao nosso repertório cognitivo a partir de explicações, textos ou contextos, uma vez que um sentimento ou uma sensação são estados impossíveis de incorporarmos por meio de palavras, por mais qualificada que seja a fonte transmissora.
Longe do “Bom Senso” ser um status comportamental inato, isso também se aprende, assim como um mau ou um bom hábito. E do mesmo modo que não existe o sujeito pronto de berço, também não existe o sujeito sem berço, ou origem.
Isso quer dizer que os primeiros traços cognitivos, salvo raras exceções, virão dos pais, estando eles conscientes ou não do fato. Lembre-se sempre de que, uma criança tanto aprende pelo modo direto, quanto pelo indireto.
E se no modo direto a criança voluntariamente se presta a ouvir o educador, no indireto ela involuntariamente se deixa levar pela influência da pedagogia e exemplarismo da mesologia onde vive. Isso não depende da vontade dela, uma vez que ainda não possui uma personalidade ativa, nem consciência ou senso crítico capaz de qualificar de maneira seletiva seu acervo cognitivo.
Por isso é tão importante uma investigação atenciosa das Predisposições inatas e Idiossincrasias de cada criança, e, principalmente, entre os jovens. Ali pode estar o segredo que fará toda diferença na construção de uma personalidade dotada de todas as prerrogativas necessárias à construção de um homem sensato.
Já se sabe, faz tempo, que chave para descoberta precoce de cada vocação está guardada dentro do repertório das disposições espontâneas ou inatas. Saber reconhecer estes indícios e potencializá-los por meio do esclarecimento, Argumentos Motivacionais e suporte material, este deveria ser o papel primário e secundário dos pais, e se fosse possível, com o aporte complementar das escolas.
De posse dessa informação, educadores e pais poderiam cuidar para que um objetivo de vida profícuo e compatível com aquelas predisposições também se fizesse presente na vida destes jovens. Com este acervo em mãos, dificilmente o indivíduo se desviaria por caminhos incertos e aventuras negativas.
A arrogância natural do jovem é a mesma do animal irracional que tão logo aprende a caçar se torna naturalmente imprudente, o que, na maioria das vezes, lhe custa a própria vida. Mas este descuido, na natureza irracional, é conhecido como equilíbrio natural das espécies.
No caso do homem racional, por ser capaz de pensar, esta mesma atitude chama-se ignorância, imaturidade, Imbecilismo Cultural, ou simplesmente Estupidez. Mas, nada disso são aspectos naturais dentro daquele intelecto ainda carente de instrução. Já são caracteres adquiridos, extraídos da mesologia, dos grupos de convivência, onde a adoção de uma Mentalidade muitas vezes Doente imposta pela hierarquia dos mais velhos é um pré-requisito para que o indivíduo seja aceito como membro. Com o tempo, aquele jovem irá incorporar tudo isso à sua personalidade.
A sensação de força e disposição física proporciona ao jovem o sentimento de independência e autossuficiência, especialmente quando se compara com os mais fracos ou idosos, ou até mesmo com os pais. Por isso são seus pais as primeiras cobaias antagonistas, embora involuntários e inconscientes, que terão pela frente.
E como aquele jovem ainda prefere usar o vigor físico ao invés do intelecto ou bom senso, adota a postura do animal irracional e bruto, onde quem possui mais força ou ruge mais alto, especialmente diante daqueles de aspecto mais frágil, aparentemente, sairá vencedor em suas contendas.
E a exemplo do irracional, tende a menosprezar aqueles a quem julga inferiores. No entanto, pelo fato de possuir um cérebro racional, o fará intencionalmente, com plena consciência e lucidez, o que serve ainda mais para autenticar sua imaturidade e patrocinar atos imprudentes. Entretanto, por considerar a imaturidade como um indício de fraqueza, estupidez ou inferioridade, dificilmente irá aceitar a condição como um ponto falho ou doente de sua personalidade.
Ainda assim, a juventude é a melhor hora para aprender a aprender; para duvidar e investigar, e até para descobrir qual é o seu papel existencial. Vocação por sugestão ou por meio da indução de um teste vocacional tem o mesmo valor que teria um diamante para um sapo. Brilha, chama a atenção, parece ter valor, entretanto, para nada lhe serve.
O educador ou pai que não ensina o jovem a duvidar, está criando um indivíduo que replica sem hesitar posturas, pensamentos patológicos e atos bizarros coletados do mundo. E onde não há a reflexão, não pode existir bom senso, decência ou coerência; muito menos alguma ação equilibrada ou indício de inteligência.
Pais presentes, respeitadores e atenciosos, de maneira natural, tenderão a se tornar amigos dos filhos. Ali um escuta o outro, sem repressões ou cobranças desnecessárias, com respeito e consideração, com orientação e esclarecimento. Uma relação com este nível de afinidade permite que se tornem confidentes, sem o impedimento das tradicionais barreiras etárias ou formais; sem receios ou medo de críticas ou castigos.
Numa situação como esta, apenas por uma improvável catástrofe das circunstâncias, este filho se tornará um adepto das Deformações Sociais, tais como vícios ou outros desvios comportamentais sérios possíveis de ser coletados no mundo fora de casa.
E se o jovem não encontra ressonância e apoio dentro de casa para compartilhar seus interesses, ou ainda para diluir suas dúvidas mais dramáticas, logo se tornará presa fácil dos oportunistas mal intencionados ou bandidos disfarçados de “amigos” que crescem como pragas virais em todos os recantos do mundo lá fora. Um jovem carente, mal orientado e sem suporte dos pais, é como um cão sem dono, e tenderá a seguir quem primeiro lhe estenda a mão com agrados e afagos, não importando qual seja sua intenção.
Também, desde cedo, o jovem deve ser informado e conscientizado de que o status juventude não é uma condição permanente. Entretanto, aquilo que se pratica e se aprende nesse estágio irá acompanhá-lo pelo resto da vida. Pode acreditar, mas os jovens não estão cientes deste fato, e por isso, na maioria das vezes, tratam com indiferença não disfarçada e até menosprezo os mais idosos.
O jovem pode ser imaturo, mas não é burro. Imaturidade é falta de experiência de vida, não de intelecto. Burrice é quando estamos conscientes de uma falha e a repetimos intencionalmente. Experiência de vida se consegue com o tempo; enquanto que o intelecto já o acompanha desde o nascimento. Qualificar o intelecto com uma experiência de vida proficiente e frutífera, este é, ou deveria ser, o principal Objetivo Existencial de todos os jovens.
O jovem deverá, desde cedo, ser informado sobre seus Deveres, assim como Direitos. Deverá ainda ser informado de que, o benefício do direito só ocorre quando os deveres também são cumpridos. Do mesmo modo, deverá ser alertado de que, para cada ação, há sempre consequências diretas e indiretas que poderão ser negativas ou positivas, a depender do tipo de ato praticado.
O jovem, embora inexperiente, partindo do princípio de que não é burro, já é capaz de discernir entre o que é errado ou certo. Logo, isentá-lo sempre de responsabilidades em nome da imaturidade, além de simbolizar um ato extremo de insensatez, torna-se um abono autenticador de ações delituosas mais graves, e por isso representa uma falha cognitiva das mais importantes, patrocinada pelos pais.
Afinal de contas, como foi dito antes, imaturidade é ausência de experiência e não de intelecto. E segundo essa métrica, a atribuição de responsabilidades é parte integrante e indissociável deste pacote cognitivo.